Da linearidade para a exponencialidade: um novo jeito de aprender e ensinar
* Por Daniel Langemann Bandt
“Tudo flui e nada permanece”. Nunca a frase de Heráclito fez tanto sentido! O fato é que no ano de 2020 a imprevisibilidade foi a regra do jogo! Ninguém imaginaria, nem no mais absurdo cenário, ficar o ano todo lecionando de maneira remota. A migração do presencial para o virtual exigiu novos aprendizados.
Mesmo dominando os nossos conteúdos, tivemos de adquirir novas habilidades. E isso nos fez mudar o status quo, quebrar paradigmas, conhecer um universo e experimentar o Great Reset Educacional.
Essa grande virada potencializou toda a nossa trajetória pedagógica. Já não somos os mesmos professores de 2019, 2020… assumimos um entendimento phygital do ensino, que já não é nem só físico, nem só virtual, mas uma combinação de ambos.
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O conteúdo está em todo lugar, os nossos alunos podem navegar em museus e bibliotecas virtuais, até mesmo interagir com tutores on-line para esclarecer dúvidas em tempo real. Contudo ainda nos deparamos com um desafio que parece paradoxal: com tantos recursos e informações, como podemos manter os nossos alunos engajados?
É evidente que a quantidade e a diversidade de informações e conteúdos virtuais não garantem o engajamento. Alguns caminhos apontados por professores e pensadores podem nos ajudar a encontrar uma resposta. Um deles é o modelo de edutainment (educação associada ao entretenimento). Nesse modelo, o professor faz a mediação entre o aprendizado e o aluno a partir de elementos diversos, virtuais ou físicos como games, séries, filmes, objetos manipuláveis, conjuntos LEGO® Education, etc.
Em vez de se preocupar apenas com o conteúdo, aqui o professor é um curador, consegue filtrar diferentes recursos que podem contribuir para o aprendizado do aluno. O aprendizado ocorre de maneira dinâmica e conectada entre pessoas, conteúdos e dispositivos como uma corrente em uma constante construção e reconstrução. Essa interação simbólica, que já foi defendida por pensadores como Blumer e Latour, permite superarmos a dicotomia professor/aluno, ensino/aprendizagem, virtual/real do ensino tradicional e avançarmos para uma educação exponencial onde tudo está conectado. Já não há separação entre o mundo dos homens e o mundo das coisas, há uma interação contínua.
EDUCAÇÃO PÓS-PANDEMIA: A ESCOLA E A TECNOLOGIA
O processo de conhecimento recebe o compartilhamento de responsabilidades: professor, aluno, pais, tutores virtuais, recursos e ferramentas tecnológicas. É a soma dos agentes envolvidos que vai compor o próprio aprendizado que já não é mais linear. Neste sentimento de pertencimento, o aluno pode encontrar significado no aprendizado, pode assumir a responsabilidade de construir de maneira compartilhada seu projeto de vida. Ele entende que o que aprende em ciências na escola não se refere apenas a um conjunto de conceitos e assuntos específicos daquela disciplina, o conteúdo está conectado a outras áreas do conhecimento como física, matemática, educação física e também com sua vida para além das paredes escolares.
Dessa maneira, não importa mais “o que” se aprende mas “por que” se aprende determinado conteúdo. Supera-se o construtivismo piagetiano centrado no bom discernimento pelo construtivismo actante centrado na interação entre pessoas, comunidade e tecnologias. Portanto, o aprendizado exponencial transpassa as barreiras espaciais do ensino remoto, presencial ou híbrido. A educação está em um caminho sem volta, e esse caminho é dinâmico, compartilhado e exponencial.
* Daniel Langemann Bandt, teacher trainer da LEGO® Education e consultor pedagógico na Tecnologia Educacional.
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